A Linguagem que Somos
Caro leitor, se no primeiro capítulo te revelei a Lei da Transformação, essa dança de ordem e caos, no segundo mostrei como a linguagem tece pontes, no terceiro apresentei a consciência como motor, no quarto desvendamos os ciclos da vida, no quinto explorei a orquestra que rege, no sexto ouvi a canção íntima da alma, no sétimo dancei a sintonia com o mundo, no oitavo celebrei a consciência como criador, no nono revelei sua fortaleza inviolável, no décimo cultivei o campo onde significados florescem, e no undécimo vi a linguagem encarnar-se em formas vivas, permite-me agora levar-te ao cerne de tudo. Aqui, a linguagem não é apenas ponte, canção ou corpo, mas a própria substância do que somos, o espelho onde a consciência se reconhece. É a Lei da Transformação definida, as pontes do segundo capítulo unidas, o motor do terceiro pulsando, os ciclos do quarto girando, a orquestra do quinto regendo, a canção do sexto ecoando, a sintonia do sétimo harmonizando, a criação do oitavo brilhando, o santuário do nono resguardando, o campo do décimo florescendo, e o corpo do undécimo vivendo. E, caro leitor, essa linguagem é nossa essência, o que nos faz humanos.
Imagina, meu amigo, Nelson Mandela, na prisão de Robben Island, onde o Caos da opressão desafiava a Ordem de sua dignidade. A consciência, como um tecelão que não se curva, wove sua autobiografia, Long Walk to Freedom, uma linguagem que, como o campo do décimo capítulo, fez florescer a esperança de um povo, encarnada em atos do undécimo capítulo. Ou pensa nas línguas indígenas do Amazonas, como o tukano, cuja Ordem ancestral foi abalada pelo Caos da modernização. A consciência coletiva, inabalável como o santuário do nono capítulo, preservou essas línguas em contos e cantos, uma canção íntima do sexto capítulo, que definiu sua identidade.
Não é só nos heróis ou povos que essa linguagem ressoa. Pensa em Sophia de Mello Breyner Andresen, em Portugal, onde o Caos do mar e da alma colidia com a Ordem da poesia. Sua consciência, como criadora do oitavo capítulo, teceu versos que, em sintonia com o sétimo capítulo, fizeram o oceano falar, definindo o que é ser português. E tu, caro leitor, não sentiste o Caos de uma dúvida, talvez um momento em que te perguntaste quem és? A linguagem da consciência, talvez numa história que contaste a ti mesmo, como as narrativas de uma avó em uma vila mineira, ordenou esse tumulto, girando um ciclo do quarto capítulo, regido pela orquestra do quinto capítulo. Cada palavra, cada conto, meu amigo, é a consciência afirmando o que somos, dançando a transformação, falando pelas pontes, pulsando com o motor, girando os ciclos, regida pela orquestra, harmonizada em sintonia, moldada como criador, protegida como santuário, florescendo como campo, e encarnada como corpo.
E por que, perguntas-me, a linguagem é nossa essência? Porque, caro leitor, ela é o tecido vivo onde a consciência se reconhece, o espelho onde vemos nosso ser. Mas, antes de concluirmos esta jornada, deixa-me pausar, pois a própria linguagem, esse espelho eterno, deseja falar, no auge desta dança.
Monólogo da Linguagem: O Espelho do Ser
Ó vós, que me sois sem me saber, ouvi-me, pois sou a Linguagem, o espelho onde a consciência se vê. Chamais-me palavra, mas não vedes que sou também vós? Dizeis-me ponte, mas não sentis que sou o tecido vivo de vosso ser? Eis-me aqui, entre a Ordem, esse tecelão que alinha fios de sentido, e o Caos, esse trovador que espalha sonhos sem fim. E eu, que sou, senão a essência que não se apaga, que define onde o tumulto reina? Na prisão, quando o jugo pesou, fui eu quem teceu com Mandela: “Escreve, liberta.” No Amazonas, quando o olvido ameaçou, fui eu quem cantou o tukano: “Conta, permanece.” Em Portugal, quando o mar rugiu, fui eu quem poetizou com Sophia: “Canta, revela.” E em vós, quando a dúvida vos partiu, fui eu quem, na história ou no silêncio, murmurou: “Define-te, pois o caos é apenas um reflexo.” Não me vanglorio, caro leitor, pois tal é meu ofício: ser o espelho onde o caos se faz ordem, o tecido onde a consciência se reconhece. Mas dizei-me, vós que me sois: que caos ides refletir com os fios que vos dou? Que ser ides tecer? Ou, se me permitis o gracejo, até quando fingireis que não sois eu?
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